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Primeiro paciente da Neuralink atualiza experiência com dispositivo

“As pessoas acham que é como Matrix.” É assim que, segundo Noland Arbaugh, as pessoas imaginam que ter um chip implantado no cérebro. Ele foi o primeiro humano a receber o implante da Neuralink, empresa de Elon Musk.

Arbaugh apareceu pela terceira vez em público após sofrer a intervenção cirúrgica. Pouco após sua cirurgia, a Neuralink detectou que cerca de 54 fios do chip que estavam conectados ao cérebro do rapaz se soltaram, comprometendo 85% do dispositivo.

Com apenas 15% restantes, a empresa optou por “recalibrar” os 15% restantes, evitando assim a necessidade de reconectar os fios soltos. 100 dias a implantação se passaram quando Arbaugh apareceu pela primeira vez para contar sua experiência.

Na época, ele conseguia navegar na internet e jogar games, como xadrez e “Mario Kart”, no computador, controlando o cursor de seu mouse com a mente.

Ao completar seis meses com o chip, o rapaz deu nova entrevista, relatou que estava bem, assim como o dispositivo. Ele relatou também que não sente absolutamente nada, apenas se alguém pressiona a área de sua cabeça na qual está o implante, utilizado de oito a dez horas diárias.

Chip da Neuralink
Detalhe do Telepathy, chip cerebral da Neuralink (Imagem: Divulgação/Neuralink)
  • Oito meses se passaram desde a cirurgia, e Arbaugh voltou a contar como está sua vida após o implante cerebral;
  • Ao Euronews, o rapaz contar estar em ótimo momento: está em Paris (França) para participar de um campeonato de xadrez rápido;
  • “Antes do [chip da] Neuralink, era difícil para mim fazer coisas, como jogar xadrez. Isso coloca muito estresse no meu corpo. Só consigo jogar por um tempo. Talvez eu tenha que ficar sentado em uma determinada posição”, explicou;
  • Ele também exaltou a importância do dispositivo para si no dia a dia. “O que ele tem feito por mim é me ajudar a interagir melhor com meu computador para aprender coisas. Agora posso ficar deitado na cama se quiser e jogar xadrez por horas”;
  • Agora, ele evoluiu: não está apenas jogando, como, também, está aprendendo francês e japonês: “Tenho certeza de que as pessoas vão pensar que é como Matrix, onde você pode simplesmente baixar coisas para o seu cérebro”, brincou;
  • No passado, ele aprendia assistindo a vídeos no YouTube, sem poder participar muito, não podendo trabalhar a partir de uma pasta de trabalho e precisava de outra pessoa para avançar e pausar os vídeos;
  • Após o implante, ele passou a conseguir escrever, consultar jornais e reproduzir audiolivros, tudo avançando, pausando e retrocedendo por conta própria.

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“Agora, consigo aprender de acordo com minha agenda e consigo fazer muito mais, o que acho muito importante”, comemorou. Contudo, Arbaugh admite que o melhor jeito de se aprender um idioma é por meio da imersão:

“Adoraria ter outras pessoas ao meu redor que estivessem constantemente falando isso. Sei que essa é a melhor maneira de aprender. Estar em Paris é um começo”, salientou.

No futuro, o homem de 30 anos visa seguir estudando. “Sabia há muito tempo na escola que queria cursar direito. Isso é algo que ainda está no meu radar, algo que acho que é possível. Eu teria que voltar para a escola, terminar meu curso e depois ir para a faculdade de direito. Então seria um longo processo. Mas estou esperando e tentando voltar para lá”, contou.

Contudo, ele não está seguro em seguir a carreira, pois participar do estudo da Neuralink o fez se interessar pela neurociência.

Após os problemas com a fiação do chip, Arbaugh disse que ele está funcionando bem, pois, anteriormente, o foco do implante estava em eletrodos individuais, nos fios e em locais e neurônios bem específicos.

“Agora, eles estão mais focados em grupos deles para poderem eliminar grupos que estão enviando sinais fortes e ouvir apenas os mais fortes”, explicou ao portal.

“Depois que fizeram isso, as coisas melhoraram muito e eles perceberam que talvez devêssemos ter feito isso desde o começo de qualquer maneira”, acrescentou.

Por fim, sobre o futuro da tecnologia, o rapaz tem esperanças de que, um dia, permitirá que pessoas com paralisia voltem a se mover. “Sei que é possível. Ache que vai acontecer na minha vida”, desabafou.

Elon Musk conversando com médicos
No dia da cirurgia, Arbaugh passou por mais baterias de exames; Elon Musk foi conferir de perto (Imagem: Reprodução/Neuralink)

Segundo implante

No mês passado, Elon Musk confirmou que a Neuralink realizou o segundo implante de chip cerebral em um humano. Até o momento, não foram observadas retrações dos fios, como houve com Arbaugh.