O Brasil registrou as primeiras mortes de febre oropouche do mundo no fim de julho. Os óbitos ocorreram na Bahia. Até então, não havia nenhum relato do tipo na literatura. A doença já é conhecida há algumas décadas, mas está se tornando mais comum. Isso aumenta as chances de a febre oropouche ser confundida com a dengue, mas as duas patologias apresentam diferenças entre si
Dengue x febre oropouche: principais diferenças entre as doenças
Mosquito transmissor
Ambas são arboviroses, ou seja, doenças provocadas por vírus e transmitida por mosquitos. A transmissão da febre oropouche acontece por meio da espécie de nome científico é Culicoides paraensis. Mas o mosquito é mais conhecido pelo seu nome popular maruim ou mosquito-pólvora. Já o mosquito que transmite a dengue é a fêmea do Aedes aegypti.
Em ambiente urbano, febre oropouche pode ser transmitida pelo Culex quinquefasciatus, o famoso pernilongo.
Processo de transmissão
O processo de transmissão da dengue e da febre oropouche tem similiaridades, mas também diferenças. Segundo o Ministério da Saúde, no caso da febre oropuche, o inseto pica uma pessoa ou animal infectado e o vírus permanece em seu organismo por alguns dias. Ao picar uma pessoa saudável, o mosquito pode transmitir o vírus.
Existem dois ciclos de transmissão para febre oropuche: o silvestre e o urbano. No primeiro caso, bichos-preguiça e primatas não-humanos atuam como hospedeiros, enquanto no urbano os humanos fazem esse papel.
Em relação à dengue, não há um ciclo silvestre. O mosquito transmite o vírus ao picar alguém que esteja doente e, depois de alguns dias, picar uma pessoa saudável.
Sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças têm sintomas parecidos que envolvem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. A diferença entre dengue e febre oropouche está na evolução. Isso reforça a necessidade de que profissionais de vigilância em saúde consigam diferenciar as duas para orientar ações de prevenção e controle.
De acordo com artigo do Governo do Estado do Espírito Santo. Casos agudos de oropouche podem acometer o sistema nervoso central e provocar meningite, em especial, para pacientes imunocomprometidos e com manifestações hemorrágicas. Já a dengue evolui para um caso que ataca o sangue e pode provocar hemorragia.
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Outra diferença são sintomas como rigidez na nuca e fotofobia, característicos de casos graves de febre oropouche e não são vistos na dengue, segundo o Ministério da Saúde do Mato Grosso com informação do infectologista Leonardo Weissmann. Além disso, a picada do maruim costuma causar bastante incômodo e reações alérgicas.
Entretanto, em alguns casos de dengue há evolução neurológica. Por isso, a forma mais confiável de confirmar qual doença o paciente apresenta é pela análise em laboratório.
Tratamento
Em ambos os casos, não existe tratamento específico. O Ministério da Saúde do Brasil recomenda repouso e acompanhamento médico. No caso da dengue, o tratamento se baseia também na reposição de líquidos.