Lionel Messi havia acabado de ganhar sua quarta Bola de Ouro da FIFA, em janeiro de 2013, na Suíça, quando o filho do brasileiro Eduardo Aparecido Ney da Silva nasceu dias depois, em Campinas, interior de São Paulo. Dois fatos que, embora aparentemente distantes, estão ligados.
Essa união ficou ainda mais curiosa no último dia 21 de fevereiro, quando o menino de hoje 11 anos de idade apareceu no Boletim Informativo Diário, o BID, da CBF, registrado para “iniciação esportiva” como jogador do São Paulo. Seu nome? Lionel Messi da Silva.
A ESPN foi até Paulínia, cidade próxima a Campinas, para entender melhor a origem do “Messinho”, como já foi apelidado o jovem brasileiro. Ele está no São Paulo desde fevereiro de 2022 e ainda se divide entre as competições de campo e futsal no clube paulista.
O pai, Eduardo, é o ‘culpado’ pela escolha do nome. Apaixonado por futebol e fã de Messi, ele passou por cima até mesmo do consentimento da mãe para batizar o filho.
“Sou um pai sonhador, um pai que gosta de futebol. Minha esposa já tinha em mente o nome que iria colocar, mas, na minha cabeça, já era Lionel Messi da Silva. A mãe só faltou pular da cama do hospital, mas depois aceitou numa boa. Hoje, ela adora o nome do filho”, contou à ESPN.
O pequeno Lionel, por sua vez, só foi se dar conta da representatividade de seu nome quando tinha sete anos. Ele assistia a um jogo do Barcelona contra o Atlético de Madrid, quando o jogador que vestia a camisa 10 do clube catalão balançou as redes.
“Eu estava assistindo a um jogo do Barcelona e vi um jogador com o meu nome”, disse Messi. “Eu perguntei para o meu pai, e ele me contou tudo.”
Àquela altura, Eduardo já via talento no filho para talvez trilhar a mesma profissão que consagrou o Messi mais famoso. Quando Lionel fez cinco anos, o pai já enxergava no filho aptidão para bater na bola e o colocou na escolinha R9, de Ronaldo Fenômeno, onde o garoto ficou por oito meses.
Lionel Messi da Silva foi evoluindo, e o pai então o levou a outras escolinhas, primeiro da Ponte Preta e depois do São Paulo. “Ele treinava de segunda a sexta. Eu vi que ele estava evoluindo, e eu fui me empolgando com isso, investindo cada vez mais nele.”
Aos nove anos, Lionel ingressou nas categorias de base do Tricolor. Eduardo trabalha por conta, já que dedica a maior parte do seu tempo acompanhando o filho nos treinos e jogos.
“Eu tenho dois sonhos. Um é que ele vista a camisa do São Paulo como atleta profissional. O outro, é que ele conheça o Messi. É só isso, não quero mais nada”, afirmou à reportagem.
Messi se inspira em Messi, mas não só…
Se seguir o “xará”, claro, Messi tem o caminho já trilhado para o sucesso. Mas suas inspirações no futebol vão além do argentino: a joia do São Paulo é fã também de Kevin de Bruyne, do Manchester City, Luka Modric, do Real Madrid… E Cristiano Ronaldo, tantas vezes ‘rival’ do Lionel argentino.
“Eu gostava mais do Cristiano Ronaldo. O jeito de treinar, de focar e de bater na bola. Eu gosto de ver ele jogar, mas hoje eu prefiro o Messi”, revelou o garoto, que é meia e o batedor oficial de faltas no time sub-11 do São Paulo.
Apesar da pouca idade, o aspirante a jogador já tem boas histórias para contar. Um dos gols marcados pelo São Paulo, por exemplo, não sai de sua memória. “O jogo era contra o Red Bull Bragantino, pela Iber Cup de 2023. A gente estava perdendo de 1 a 0, aí eu fiz o gol de empate de falta e depois o da virada. A sensação foi de chorar”.
Momentos como esse fazem o pai Eduardo sonhar alto, como ver o filho vestindo a camisa da seleção brasileira um dia. Mas, claro, o caminho é longo e, até lá, pés firmes no chão.
“Ainda não pensei nisso, eu deixo acontecer. Ele tem 11 anos ainda, e a gente não sabe o dia de amanhã. Tem muita gente que com 11 anos é um fenômeno, mas, quando chega nos 14, 15 anos, cai de produção, e o clube manda embora”, explicou.
Mesmo estando nas categorias de base do São Paulo, o Lionel Messi continua treinando na escolinha do São Paulo, em Paulínia. Allan Rodrigo Martins Freire, professor no local, acompanha o menino desde os cinco anos e é testemunha das qualidades do jovem.
“É um jogador moderno, que ataca e defende. Sabe jogar coletivamente, mas também sente o momento de partir para o individual. É muito comunicativo e tem tudo para crescer cada vez mais.”
Se Lionel Messi da Silva será jogador profissional ou, quem sabe, chegará próximo do sucesso do homônimo argentino, só o tempo dirá. Fato é que, aos 11 anos, ninguém tem o nome mais pesado em campo ou em quadra do que o escolhido por seu pai fanático pelo craque do Inter Miami.