Pesquisas recentes indicam que o nível de barulho em seu bairro pode afetar sua saúde cardíaca antes e depois de um ataque cardíaco.
Um estudo revelou que pessoas com menos de 50 anos têm maior risco de sofrer um ataque cardíaco se morarem em áreas barulhentas. Outro estudo mostrou que para aqueles que sobreviveram a um ataque cardíaco, viver em um bairro barulhento pode piorar o prognóstico.
Marianne Zeller, da Universidade de Borgonha e do Hospital de Dijon, que liderou uma das pesquisas, afirmou: “Esses dados são alguns dos primeiros a mostrar que o ruído pode impactar o prognóstico cardíaco.”
Os trabalhos foram apresentados na reunião anual da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) em Londres.
Detalhes do primeiro estudo
- Barulhos como construção, buzinas de carros e multidões podem causar estresse crônico, que é um fator de risco para doenças cardíacas.
- Para investigar o impacto do barulho na saúde cardíaca, médicos em Bremen, Alemanha, analisaram 430 pessoas com menos de 50 anos hospitalizadas por um ataque cardíaco.
- Eles descobriram que mesmo pessoas com poucos fatores de risco tradicionais para doenças cardíacas tinham mais chances de sofrer um ataque se morassem em áreas barulhentas.
Hatim Kerniss, do Instituto de Pesquisa Cardiovascular de Bremen, comentou: “O ruído urbano pode aumentar significativamente o risco de ataque cardíaco em jovens com poucos fatores de risco tradicionais.”
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A equipe de Kerniss sugere que o impacto do barulho deve ser incluído nas avaliações de risco cardíaco.
Detalhes do segundo estudo
- O segundo estudo analisou 864 sobreviventes de ataque cardíaco na França, monitorando sua saúde por um ano.
- Eles encontraram que a probabilidade de enfrentar novos problemas cardiovasculares aumentava em 25% para cada incremento de 10 decibéis no nível de ruído noturno.
- Mesmo após considerar outros fatores como poluição e pobreza, o impacto do ruído na saúde cardiovascular persistiu.
“Esses dados oferecem novos insights sobre como o barulho pode influenciar o prognóstico cardíaco,” disse Zeller.
Embora essas descobertas sejam preliminares e ainda precisem ser publicadas em periódicos revisados por pares, se confirmadas em estudos futuros, podem apoiar a redução do ruído como parte do tratamento para recuperação de ataque cardíaco.