Se há algo que qualquer ator pode sonhar é em ter grandes papéis e trabalhar com diretores de renome. Aos 25 anos, Cailee Spaeny pode já se considerar sortuda, ou melhor dizendo, reconhecida. Potente, a artista norte-americana já é considerada uma das principais promessas da nova safra de atores. Em 2023, ela protagonizou o filme “Priscilla”, de Sofia Copolla, atuando como Priscilla Presley – o que lhe deu maior dimensão. Em seguida, encarou o papel de Jessie, em “Guerra Civil”, uma jovem do Missouri aspirante a fotógrafa que acompanha Lee (Wagner Moura) e Joel (Kirsten Dunst) em sua jornada. Ainda, Cailee aparece em um dos principais lançamentos do ano: “Alien: Romulus”, franquia que terá Ridley Scott, diretor do primeiro filme, envolvido como produtor. Nada mal para uma jovem atriz.
Mesmo com a agenda corrida, Cailee veio ao Brasil para divulgar o novo filme de Alex Garland. É claro que ela conversou com a Bazaar, que já assistiu “Guerra Civil”. Durante a entrevista, a atriz comentou sobre seus primeiros dias em São Paulo, troca com o elenco estrelado e planos para o futuro. Antes mesmo do “gravando”, Cailee, animada, compartilhou sua empolgação com a vinda ao País. “Hoje é o meu primeiro dia aqui, mas já comi uma comida tão boa e tenho o melhor guia turístico, Wagner. Então, acho que estou me saindo muito bem”, risos.
Ambientado em um mundo no qual os Estados Unidos vivem um guerra civil, Kirsten e Wagner interpretam dois jornalistas da agência de notícias Reuters. Ela é uma fotojornalista e o brasileiro um repórter. Em meio ao conflito, os protagonistas embarcam em uma jornada para chegar a Washington D.C., com o intuito de conseguir um furo de reportagem com o Presidente. Durante a jornada, outros dois personagens se unem a dupla: Sammy, interpretado por Stephen Henderson, jornalista do The New York Times e amigo da dupla, e a jovem Jesse, vivida por Cailee, que aspira ser uma fotojornalista de guerra. Segundo ela, a obra é realmente como uma carta de amor ao jornalismo. “Fiz minha pesquisa sobre o tema, passei um tempo com o elenco e a equipe, tendo conversas muito detalhadas sobre como íamos executar isso. O que teve um peso diferente do que qualquer outro filme que eu fiz”, afirma.
Sobre o tema, a artista acredita que o filme tenta tocar na polarização não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo. “Alex Garland fez isso tão bem, ele mantém espaços abertos neste filme para o público participar e refletir. Espero que após assistir, o público tenha conversas para abrir a mente das pessoas”, revela.
A jovem, se nomeando como “a bebê do elenco”, já enxerga um paralelo entre ela e sua personagem, ambas em um curto período de carreira. “É uma boa comparação. Jessie tem conhecimento, talento e ela quer tomar ação. Consigo me identificar com esses aspectos. Também, penso que trabalhando com a Kristen tem alguns paralelos. Nós temos um vinculo tácito por sermos atrizes. Eu sempre a admirei minha vida toda”.
Além da interpretação ser trabalhosa pelo cenário no qual a obra é retratada, a artista norte-americana teve aulas de fotografia já que a direção busca dar ênfase na violência destacando os registros feitos pelas fotojornalistas. Para isso, Cailee teve aulas de foto em Los Angeles. “Tem um homem que é dono da única sala escura pública (local de revelação de fotos) e fui me encontrar com ele, que me disse para ir para Chinatown, ficar lá por três horas e tirar quatro rolos de filme de fotografia de rua. Voltamos para o laboratório e revelei todos os rolos de filme sozinha, o que foi um desafio, mas também um processo tão bonito”, relembra. Ela conta que as fotos tiradas por ela foram usadas no filme. “A fotografia é algo que estou levando comigo agora. Tenho uma câmera na minha bolsa agora mesmo”, conta ela, próxima de uma bolsa Miu Miu, marca na qual é garota propaganda. Atenta no universo da moda, ela, inclusive, seguiu no Instagram a Neriage, marca nacional da diretora criativa Rafaella Caniello.
Cailee então afirma que se sente ansiosa ao atuar em filmes aguardados, mas procura sempre fazer o meu melhor, trabalhando com diretores interessantes em filmes muito diferentes uns dos outros. “São obras que me animam e estou sempre tentando virar avesso o que já fiz antes para fazer algo diferente. Gosto de me desafiar e tento sempre trabalhar meus músculos de atuação. Tento me dar novos desafios, coisas que me assustam, tento me inclinar para isso”, reflete.
Ao final, ela revela que teve contato com alguns brasileiros durante um encontro entre amigos que Wagner promoveu. “Vocês tem lance da comida bem resolvida e acertaram na música. Também, descobri que existem vários ‘Wagners’ aqui, todos super animados e calorosos. Me diverti muito, espero que eu possa voltar em breve”, diz a atriz, que também foi para o Rio de Janeiro ao lado do ator brasileiro. “Guerra Civil” chega nesta quarta (18.04) nos cinemas brasileiros. Veja o trailler: