Não é raro encontrar alguém que tem medo de viajar de avião. Se esse é o seu caso, pode ficar tranquilo: um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) apontou que a aviação está ficando mais segura a cada ano. Atualmente, a taxa de fatalidade está em 1 a cada 13,7 milhões de embarques e segue caindo.
No entanto, esse resultado ainda enfrenta disparidades em diferentes partes do mundo. Ou seja, viajar de avião ainda é mais seguro em alguns locais do que em outros.
Viajar de avião é seguro!
O artigo dos pesquisadores do MIT é chamado “Airline safety: Still getting better?” (“Segurança da aviação: ainda está melhorando?”, em tradução livre) e foi publicado na edição de agosto do Journal of Air Transport Management.
No trabalho, eles afirmam que as viagens comerciais estão ficando cada vez mais seguras. Entre 2018 e 2022, o risco de fatalidade era de 1 a cada 13,7 milhões de embarques no mundo todo.
Veja a evolução desse número ao longo das décadas:
- 1968–1977: 1 morte a cada 350.000 embarques
- 1978–1987: 1 morte a cada 750.000 embarques
- 1988–1997: 1 morte a cada 1,3 milhões embarques
- 1998–2007: 1 morte a cada 2,7 milhões embarques
- 2007–2017: 1 morte a cada 7,9 milhões embarques
- 2018–2022: 1 morte a cada 13,7 milhões embarques
Apesar do número não estar em zero, Arnold Barnett, um dos coautores do estudo, lembrou que os riscos de viajar de avião estão caindo em 7% todos os anos, com uma expectativa de continuar a diminuir.
O pesquisador comparou esse aumento na segurança à Lei de Moore, que prevê que o poder de processamento dos computadores dobraria a cada 18 meses. No caso da aviação, as viagens aéreas ficaram duas vezes mais seguras a cada década desde o final dos anos 1960.
Em comparação, viajar de avião agora é 39 vezes mais seguro do que era até 1977.
Segurança varia em cada lugar
Para avaliar o risco, os pesquisadores usando métricas relacionando o número de passageiros e de acidentes fatais a cada 100 mil horas de voo.
Para Barnett, o aumento na segurança da aviação é uma tendência que deve continuar a longo prazo, mas há um adendo: as inovações nesse sentido não estão acontecendo de forma unificada globalmente.
O trabalho dividiu o mundo em três níveis. Para se ter uma ideia da disparidade, entre 2018 e 2022, o terceiro nível teve 36,5 vezes mais fatalidades do que o primeiro.
Veja a divisão:
- O primeiro nível inclui Estados Unidos, países da União Europeia e alguns outros estados europeus, Austrália, Canadá, China, Israel, Japão e Nova Zelândia;
- O segundo nível inclui Bahrein, Bósnia, Brasil, Brunei, Chile, Hong Kong, Índia, Jordânia, Kuwait, Malásia, México, Filipinas, Catar, Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia, Turquia e Emirados Árabes Unidos. Nesse grupo, o risco de morte por embarque no mesmo período foi de 1 a cada 80 milhões;
- O terceiro grupo incluiu o restante dos países do mundo.
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Covid-19 pode ser um risco dentro do avião
O estudo também analisou o risco da Covid-19 na hora de viajar de avião, levando em conta os voos realizados na pandemia.
Os dados são separados das informações sobre incidentes na operação das aeronaves. Ou seja, o avião é seguro, o que está dentro dele… nem tanto.
Eles descobriram que, entre junho de 2020 e fevereiro de 2021 (antes que as vacinas estivessem disponíveis), foram cerca de 1.200 mortes nos Estados Unidos por Covid-19 associadas a transmissões em viagens de avião. A maioria das mortes não era de passageiros, mas de pessoas infectadas por eles.
Entre março de 2020 e dezembro de 2022, foram cerca de 4.760 mortes pelo mesmo motivo.